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Cinco considerações sobre a eleição de Lula

A vitória de Lula nas últimas eleições ilustra uma série de fatores que merecem atenção – Eugenio Goussinsky

 

1 – A direita brasileira ainda é a força que prevalece no País e que, de tempos em tempos, perde espaço para os progressistas, como na era Juscelino Kubitschek, na redemocratização com o MDB e no governo de Lula.
Desta vez, o retorno das forças progressistas só ocorreu porque seu representante era Lula, uma figura exponencial na política brasileira. Nenhum outro político dessa ala tem tal cacife eleitoral.

Como ele não disputará a reeleição, se quiserem novas vitórias eleitorais, é necessário que as forças progressistas encontrem outro nome de peso. Caso contrário, a direita tem tudo para se reorganizar e retomar o poder. Dentro dessa estratégia, isso precisaria ser feito com urgência. O prazo? Quatro anos.

2 – Muitos dizem que, não fosse a pandemia, Bolsonaro estaria eleito. Por outro lado, seguindo tal linha de raciocínio, se Lula não tivesse sido preso com acusações manipuladas pelo juiz, também teria sido eleito com maior facilidade. Bolsonaro perdeu pelas iniciativas que ele teve durante sua passagem. A pandemia fez parte disso. Fez parte da história. E a história não tem “se”.

3 – O site Intercept Brasil foi determinante para a eleição do presidente Lula, por ter revelado manipulações da Justiça e provocado a anulação dos processos contra o então candidato do PT.

4 – Nunca antes na história desse País houve uma movimentação tão forte da máquina do governo para tentar a reeleição, com destinação de verbas e a utilização de eventos oficiais para propaganda política do candidato.

5 – Grande parte do povo brasileiro, sufocada por dificuldades financeiras, mostrou uma força de caráter impressionante, ao não se render às verbas destinadas a ela, como o Auxílio Brasil, e eleger um outro candidato que não fosse o presidente.

 

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