Pelo menos nove seleções entram como favoritas para a conquista do título, em função da globalização do esporte
Eugenio Goussinsky
A Euro 2024 tem início nesta sexta-feira, 14, na Alemanha, e promete ser a edição mais equilibrada da história. Há uma grande quantidade de candidatos ao título. Dos 24 participantes, pelo menos nove atualmente são equipes de ponta. Com jogadores de primeira linha.
A expectativa é para uma Euro do “futebol total”. A movimentação em velocidade, com alto nível técnico e intensidade, teve seu prenúncio com a Holanda de 1974, de Rinus Michels na Copa do Mundo de 1974, de Cruyff e cia. Em 1988, Michels comandou uma outra Holanda, com Gullit e Van Basten, e, também extremamente dinâmica, conquistou o título europeu.
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A perspectiva agora é para uma grande quantidade de times com esta mentalidade. A globalização no futebol possibilitou que a técnica fluísse de um país ao outro. A expertise brasileira do drible, da criatividade, se espalhou pelo mundo e hoje estas grandes seleções possuem muitos jogadores com ótima visão e controle de bola. Verdadeiros craques, como De Bruyne, Rodri, Mbappé, Kross, Modric e Bruno Fernandes.
Também os treinadores das equipes nacionais, ao contrário do que se imagina, são de primeira linha. Os técnicos de seleção não estão defasados em relação aos dos principais clubes europeus. Pelo contrário. As seleções continuam a refletir e, muitas vezes, inspirar novos ciclos futebolísticos.
Técnicos que são referências
A Espanha de Luis de la Fuente, por exemplo, revigorou o estilo de toque de bola insinuante da equipe que tantos títulos conquistou na primeira década deste século. Está repaginada, mas com uma mobilidade tática ainda maior, principalmente por ter mais recursos pelas pontas, com Lamine Yamal e Nico Williams, algo que nem a equipe campeã mundial tinha. Além da genialidade de Rodri como centro-médio, mais agressivo e insinuante do que Busquet.
A França de Deschamps também é uma referência no aspecto tático, ao equilibrar a habilidade dos seus jogadores com uma força física impressionante. Alemanha, Inglaterra, com a elegância de Bellingham e a precisão de Foden, e a Itália, comandada por Luciano Spaletti, campeão italiano pelo Napoli, vêm apresentando, cada vez mais, um futebol técnico e criativo, característica que dá ainda mais mobilidade tática às equipes.
O mesmo vale para Portugal, recheada de estrelas no meio-campo. No ataque, há uma variedade de opções, com Cristiano Ronaldo, ainda em plena forma, sendo o destaque.
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Pode-se dizer, portanto, que o campeonato europeu que se inicia não tem favorito. Tem sim, vários favoritos, sem contar as sempre perigosas Holanda, Bélgica e Dinamarca, também reforçadas pela experiência de seus jogadores nas principais ligas.
A globalização do futebol culminou com o fortalecimento das grandes ligas e a valorização das equipes. Foi fundamental para que os clubes montassem times espetaculares, chamadas de seleções. Mas, ao contrário do que se temia, o aprimoramento técnico e a evolução tática serviram para fortalecer ainda mais o futebol das seleções, as verdadeiras. O futebol, enfim, também entrou na era da transferência de tecnologia.