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EXCLUSIVO: Tecnologia de Israel gera renda com fruticultura em Goiás

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Governo de Goiás relata que houve aumento significativo na produção de frutas Foto: Emater/Governo Goiás

Em entrevista exclusiva ao Portal E21, governador Ronaldo Caiado afirma que, graças a este sistema, famílias carentes em assentamentos foram beneficiadas

Eugenio Goussinsky

O governo de Goiás implementou um sistema agrícola baseado em tecnologia israelense em assentamentos na cidade de Flores de Goiás, nordeste do Estado. A medida busca oferecer alternativas de renda, por meio da fruticultura, para comunidades que enfrentam dificuldades econômicas. A iniciativa inclui técnicas de irrigação por gotejamento, uso racional de água e plantio em áreas antes consideradas improdutivas.

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“O sistema israelense transforma adversidade em oportunidade”, afirma o governador Ronaldo Caiado ao Portal E21. “É justamente isto o que precisamos nos assentamentos de Goiás, que passaram a produzir manga e maracujá.”

O projeto está sendo aplicado em áreas críticas, onde famílias sofrem com a falta de recursos. Segundo o governo, os resultados iniciais do projeto, implantado em março de 2024, indicam aumento significativo na produção de frutas.

“Não é apenas a geração de renda, mas a conquista da dignidade para essas famílias, que voltam a ter esperança”, diz Caiado.

Além de tecnologias avançadas, o plano inclui capacitação técnica e parcerias com empresas para comercialização dos produtos. O governador ressaltou que o modelo é replicável e pode ser adotado em outras regiões do Estado.

“Estamos provamos que é possível reverter o abandono e criar oportunidades em qualquer lugar e a tecnologia israelense tem sido fundamental para esse projeto.”

Parte do projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã, a iniciativa começou no último trimestre de 2023, beneficiando dez produtores com kits de irrigação fornecidos por uma empresa israelense, vencedora da licitação para a fase piloto.

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Caiado lembra que Flores de Goiás está a aproximadamente 230 km da capital federal, o que a coloca dentro da área de influência econômica e logística de Brasília.

“Essa proximidade pode facilitar o escoamento da produção agrícola para mercados importantes na capital e na região do entorno do Distrito Federal.”

Redução de custos sustentável

A tecnologia está sendo aplicada no cultivo de maracujá e manga. O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Pedro Leonardo de Paula Rezende, afirmou ao Jornal Opção que os sistemas de gotejamento e microaspersão melhoram o uso da água e reduzem custos energéticos.

“No caso do gotejamento, a planta recebe exatamente a quantidade de água de que precisa, sem desperdício”, afirma o secretário. “Já a microaspersão concentra a irrigação na área onde a planta absorve melhor. Ambas as tecnologias minimizam perdas e utilizam a água de forma sustentável.”

Além de controlar a irrigação, o sistema permite a fertirrigação. O processo combina a aplicação de água e fertilizantes. “Com essa tecnologia, não há desperdício de recursos”, lembra Rezende. “Ela une sustentabilidade e redução de custos, proporcionando uma renda mais estável ao produtor.”

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Na fase inicial, cada produtor plantou um hectare de maracujá ou de manga. A primeira colheita ocorreu em março de 2024. O governo já planeja expandir o projeto, com um edital para credenciar 138 novos produtores, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Uma linha de crédito com juros subsidiados e carência diferenciada foi criada. Prefeituras locais também colaboram com infraestrutura, o que inclui correção de solo e construção de reservatórios de água.

“O objetivo é ambicioso: beneficiar cerca de duas mil famílias em assentamentos da reforma agrária, uma região com índices de desenvolvimento abaixo da média estadual”, ressalta Rezende.

O projeto se inspira em modelos de sucesso no Vale do São Francisco, região transformada economicamente pela fruticultura irrigada. “Visitamos Petrolina e Juazeiro para aprender e trazer essa experiência para o nordeste goiano, que tem condições naturais muito favoráveis”, completa o secretário.

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