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Universidade de Jerusalém: da carne ao grão-de-bico, programa cria alimentos em vários setores da foodtech

Foodtech Universidade Jerusalém

Projeto da universidade engloba todo o ecossistema alimentar | Foto: Reprodução/Universidade Hebraica de Jerusalém

Produtos são desenvolvidos desde fazendas, startups e até por impressoras, com tecnologias de ponta, que melhoram a qualidade de maneira sustentável

Eugenio Goussinsky

Uma das soluções determinantes para a sustentabilidade do planeta está na foodtech. A indústria alimentícia, como palco de inovação e novas tecnologias, poderá com isso fornecer uma variedade muito maior de opções. Um projeto da Universidade Hebraica de Jerusalém, o FOOJI (foodtech) engloba todo o ecossistema alimentar.

Da fazenda à mesa e também de impressoras ou de startups que muitas vezes criam o alimento, com maior rapidez na entrega, maior qualidade do produto e redução de desperdício, entre outros benefícios.

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Liderado pelo professor Tzvi Hayouka, que também encabeça o novo Food Sustainability Center, o FOOJI se concentra em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia alimentar de ponta. Conheça alguns dos trabalhos realizados pelo programa. A análise é da professora do curso de Engenharia de Alimentos no Instituto Mauá de Tecnologia, Tatiana Beatris Tribess.

Kinoko Tech: Fundada por ex-alunos da Universidade Hebraica, esta startup usa fungos e fermentação de tecnologia profunda para produzir superalimentos sustentáveis ​​e nutritivos.

“Trata-se do aumento de teor proteico do produto por meio do crescimento dos fungos no produto e da síntese proteica realizada por estes, utilizando substratos, que podem ser grãos, ou outras fontes de carboidratos”, diz a professora Tatiana.

“São boas opções para os consumidores veganos e vegetarianos e têm ganhado espaço também entre os flexitarianos [alimentação reduzida em alimentos de origem animal].”

3D Meat and Food Preservation: Resutado do trabalho do professor Ido Braslavski com substitutos de carne veganos impressos em 3D e métodos avançados de preservação de alimentos.

“A impressão 3D é uma técnica utilizada para a aplicação de carne e gordura cultivadas, método que permite a obtenção de carne sem abate ou sofrimento animal e de forma mais sustentável”, comenta a professora.

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“Mundialmente, este tipo de produto já é comercializado, como é o caso da Aleph Farms em Israel. No Brasil, a comercialização só é permitida para fins de pesquisa, como é o caso da Cellva, empresa brasileira que produz gordura cultivada que acaba de receber mais uma rodada de investimento semente no valor de R$ 8,5 milhões. No IMT a impressão de carne vem sendo estudada no projeto de pesquisa que utiliza a impressão 3D para o estudo de proteínas alternativas.”

Sesame Revolution: Desenvolvimento do professor Tzvi Peleg de uma variedade de gergelim de alto rendimento e colhível por máquina.

“O gergelim é uma cultura de interesse comercial e alto valor nutricional.”

Cell-based Milk: Liderada pelo professor  Nurit Argov, cria componentes de leite cultivados para consumo humano e animal, o que inclui o primeiro iogurte do mundo com gordura de leite cultivada em células.

“Na mesma linha do cultivo de células de carne e de gordura, o cultivo celular de componentes do leite também vem sendo estudado, porém é menos impactante, por não estar relacionado ao abate de animais.”

ChickP: Fundada pelo professor Ram Reifen, esta empresa desenvolveu um isolado de proteína de grão-de-bico 90% puro para várias aplicações na indústria alimentícia.

“Existem boas opções de concentrados proteicos de grãos de diversas fontes, como ervilha, soja, feijão, entre e outros”, afirma a professora Tatiana. “O de grão-de-bico, vem seguindo a mesma tendência. 90%, é um bom nível de isolamento, que também pode ser alcançado com outras fontes proteicas. Importante verificar a ocorrência ou não de sabor residual, solubilidade, e funcionalidades tecnológicas.”

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