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UNIVERSIDADE DE TEL AVIV: Trump se alia a aliado do Hamas por poder e paz

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Trump negociações EUA Israel
Trump liderou negociações para acordo do Hamas com Israel, sem se distanciar do Catar | Foto: Reprodução/site Casa Branca

Professor da Universidade de Tel Aviv explica, ao Portal E21, por que nem o fato do presidente dos EUA fazer vistas grossas à presença dos líderes do Hamas no Catar o impede de ser aplaudido no Knesset

Por Eugenio Goussinsky

As negociações para um cessar-fogo em Gaza, lideradas pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos (EUA), foram marcadas por uma política pragmática do norte-americano. Enquanto ele exalta a defesa dos direitos humanos, se torna aliado de governos que acolhem e simpatizam com terroristas do Hamas, no caso o Catar e a Turquia.

Nesta segunda-feira, 13, dia do retorno dos reféns, ele foi ovacionado em seu discurso no Knesset, em Israel. Isso demonstra que o fato de Trump ser amigo de inimigos de Israel não mina sua confiança junto à população do país.

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Logo em seguida ao bombardeio israelense, em 9 de setembro, a um prédio em Doha, no Catar, visando a líderes do Hamas que se reuniam, Trump demonstrou, pelo menos em público, indignação com a atitude do governo de Benjamin Netanyahu. (Abaixo, link de We Didn´t Start the Fire, com Billy Joel)

Dias depois, ameaçou o Hamas, caso o grupo que realizou o 7 de outubro insistisse em recusar o acordo de paz. Ou seja, o mesmo grupo que para ele é terrorista deve ter seus líderes totalmente preservados em território catari. A explicação, segundo o vice-reitor da Universidade de Tel Aviv, Eyal Zisser, está no pragmatismo.

“Para Trump, o que é importante são os problemas políticos e econômicos, e é por isso que ele considera que o Catar é um aliado importante”, afirma Zisser ao Portal E21. “Se o Catar está pronto para desempenhar um papel e avançar pelos interesses de Trump, ele não se importa com nada mais e Israel tem que aceitar.”

Cada vez mais, empresas dos EUA têm diversificado investimentos no mundo árabe. Em dexembro de 2024, por exemplo, a Affinity Partners, de Jared Kushner, genro de Trump, levantou US$ 1,5 bilhão da Qatar Investment Autorithy e da Lunate, dos Emirados.

A influência econômica norte-americana tem se expandido para a política. Além de costurar o acordo em Gaza, Kushner também foi um dos mentores dos Acordos de Abraão, em 2020, quando Israel formalizou relações diplomáticas com os Emirados Árabes Unidos, e o Bahrein.

Trump, Catar e Hamas

Do ponto de vista militar, o Catar também é estratégico. E, por questões comerciais e influência regional, tem todo o interesse em se aliar aos EUA, tendo cedido seu território para que os norte-americanos construíssem sua maior base militar no Oriente Médio, em Al Udeid.

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Neste sentido, o fato de o Catar permitir, por exemplo, que o ex-líder Ismail Hanyeh, do Hamas, comemorasse ao ver pela TV os ataques de 7 de outubro, não é um empecilho para o diálogo. Pelo contrário, pode ser um meio de Trump atingir seus objetivos. (Abaixo, link de With a Little Help From My Friends, com The Beatles).

“Depois de tudo, o Catar tem boas relações com o Hamas, ele é o único que pode realmente alcançar o Hamas”, reflete Zisser, que também atua como professor no Centro Moshe Dayan de Estudos do Oriente Médio, da Universidade de Tel Aviv.

Trump, neste sentido, vai na mesma linha daqueles que se opõem a ele em Israel, por sua simpatia com setores da extrema direita.

“É como acontece com o próprio Trump, você pode não gostar dele, mas você tem que aceitar que esse é o jeito de chegar a um acordo.”

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