Colunistas
Marcelo foi desrespeitado pelo Flu e agredido por Mano
Simples assim. Marcelo é o maior lateral-esquerdo da história do Fluminense. O maior lateral-esquerdo da história do Real Madrid. E não seria absurdo elevá-lo ao patamar de maior do futebol brasileiro em todos os tempos, na sua posição. Não foi com arrogância que ele se tornou o maior vencedor do clube espanhol.
Fazê-lo encerrar sua trajetória desta maneira, empurrado por Mano Menezes, não é uma atitude digna de um clube como o Fluminense. Por mais que o jogador tenha extrapolado, no jogo desta sexta-feira, 1º, não se justifica a intolerância com o seu erro.
Leia mais: “O estranho caso de Vitor Roque”
Em função de seus inúmeros acertos. Há menos de um ano, ele conduziu o clube ao título mais importante de sua história. Mas, em tempos de lacração, a turba julga e passa por cima de tudo, até dos sentimentos. O modismo das frias notas oficiais não é suficiente.
Valores hierárquicos devem ser respeitados. Assim como a humildade é importante. Desde que a hipocrisia não se aproprie desses conceitos para atingir objetivos destrutivos.
Não é possível que, do dia para a noite, Marcelo já não tenha mais condições de ser titular. Não acredito nestas teses que se aproveitam do fato de um jogador estar com idade mais avançada para estereotipá-lo como decadente. Quem sabe sobre suas condições é o próprio, ninguém mais.
Para mim, Mano Menezes agrediu Marcelo, depois que ouviu o desabafo do jogador. Se um jogador dá um empurrão no árbitro, por exemplo, a lei prevê uma longa suspensão.
Não é a primeira vez que Mano se indispõe com algum atleta. No Corinthians, xingou Yuri Alberto de burro. E depois minimizou. Em seu discurso, prega equilíbrio e se mostra aberto a críticas. Mas sempre tem alguma resposta para se convencer de que o inferno são os outros.
O Fluminense acabou empatando um jogo ganho. Tomou o gol em seguida. Naquele instante de crise. Lembrou-me o entrevero entre Cuca e o palmeirense Marcos Rocha, na final da Libertadores de 2020, que influenciou, nos últimos segundos, no gol da derrota sofrido pelo Santos. A tensão interfere no emocional dos atletas.
Mano deveria saber que esses incêndios botam tudo a perder em segundos. Seria mais sensato pensar na equipe e não se deixar levar pelo orgulho, que já não faz parte mais dos manuais do Linkedin e seu mindset de equilíbrio e superação.
Leia mais: “Hora das compras para as crianças: veja as dicas”
O clube, agora, está fervendo. Luta contra o rebaixamento. Os ânimos, assim, estão à flor da pele. Marcelo poderia, até mais do que Mano, ajudar neste momento. E depois deixar o clube e, quem sabe o futebol, de forma mais respeitosa e adequada à sua trajetória.
O próximo jogo é contra o Inter (RS), fora de casa. O time gaúcho luta por uma vaga na Libertadores. Depois, o Flu recebe o Fortaleza, equipe que ainda disputa o título. Se perder, é bem possível que Mano, nesta ciranda de descartes, também deixe o clube. Então não vai haver mais ninguém para contar a história. Mas quem respeita a história?
-
Brasil3 anos atrás
João Carlos Martins: “A cultura sobrevive a qualquer ideologia”
-
Perfis2 anos atrás
Wanderley Nogueira: “Só trabalhei com craque na Jovem Pan”
-
Esportes1 ano atrás
“O futebol saudita vai melhorar com craques como Neymar”, diz ex-técnico Candinho
-
Ciência e Tecnologia7 meses atrás
EXCLUSIVO: Weizmann: cientista conta como descoberta de supernova contribui para estudos sobre o universo
-
Ciência e Tecnologia4 meses atrás
Startup Maisense fornecerá a Israel inédito sistema de defesa contra drones e UAVs
-
Colunistas2 meses atrás
Hora das compras para as crianças: veja as dicas
-
Colunistas2 anos atrás
Judeus e negros precisam estar unidos na luta contra o racismo
-
Ciência e Tecnologia6 meses atrás
Weizmann: fungo encontrado no intestino humano pode evitar grave doença