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O síndico no papel de consumidor

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Prédio síndico consumidor
As decisões de compras e contratações devem ser compartilhadas pelo síndico | Foto: Reprodução/Pexels

Eloá Idelsohn Goussinsky*

O síndico é uma figura central na administração de condomínios. Ele também atua como consumidor, enquanto representante do condomínio, que é, legalmente, o real consumidor final. O síndico é responsável pela contratação de serviços, aquisição de produtos e gestão de despesas que afetam diretamente o bem-estar de todos os condôminos. Por isso, precisa estar atento às suas obrigações no momento das aquisições e contratações, considerando aspectos legais, financeiros e de transparência.

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No dia a dia, o síndico lida com uma ampla variedade de fornecedores, desde prestadores de serviços de manutenção até empresas de segurança, limpeza e jardinagem. Essas contratações exigem cuidados para garantir não apenas o melhor preço, mas também a qualidade dos serviços prestados. Além disso, é essencial manter um bom relacionamento com esses fornecedores, uma vez que a continuidade e a confiabilidade dos serviços são fundamentais para o bom funcionamento do condomínio.

Outro ponto relevante é a gestão das compras, como produtos de limpeza, materiais de escritório e peças de reposição para equipamentos comuns. O síndico precisa pesquisar preços, negociar prazos e condições de pagamento, além de garantir a entrega e a conformidade dos produtos adquiridos. A escolha de fornecedores confiáveis e a busca por orçamentos são práticas importantes para evitar problemas futuros.

O síndico precisa saber fazer boas escolhas. Uma boa dica é buscar conselhos e indicações dos síndicos do bairro. Eles poderão indicar profissionais que costumam atuar na mesma região, o que é um facilitador no atendimento.

Ao exercer seu papel de representante do consumidor final, o síndico deve se ater à legislação. É de suma importância tomar como guia as regras do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece os direitos e deveres em qualquer relação de consumo.

Sabendo dos seus direitos, o síndico tem a opção de negociar melhor os seus contratos e fazer valer os direitos do condomínio em qualquer compra malsucedida.

A transparência na prestação de contas também é essencial. As decisões de compras e contratações devem ser compartilhadas com os condôminos, para assim haver uma decisão conjunta.

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Além disso, o síndico deve estar preparado para lidar com eventuais conflitos que possam surgir com fornecedores, como problemas com a qualidade de um serviço, atrasos na entrega de produtos ou finalização do serviço. Nesses casos, um diálogo e a busca por soluções rápidas podem a ajudar a evitar prejuízos.

No dia a dia, o síndico no papel de consumidor é mais do que um simples comprador: ele atua como gestor de recursos coletivos, buscando sempre o melhor para o condomínio, com responsabilidade e eficiência. Deve aplicar aos valores coletivos os mesmos cuidados que se utiliza para proteger o seu patrimônio particular.

*Eloá Idelsohn Goussinsky é advogada, atua no Procon-SP e é pós-graduada em processo civil. Também é especializada em Direito do Consumidor pela Escola Paulista da Magistratura. Tem escrito artigos sobre Direito do Consumidor para publicação em livros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), em São Paulo.

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