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EXCLUSIVO: Marcel, ídolo do basquete, revela a diferença entre NBA e Olimpíada

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Marcel de Souza basquete seleção brasileira Olimpíada
Marcel considera que a NBA se tornou um "telecatch" I Foto: Reprodução/COB

Ex-jogador, campeão nos Jogos Panamericanos de 1987, considera que também faltam melhor infraestrutura e identidade ao esporte brasileiro

Eugenio Goussinsky

Nos anos 1980, o ala Marcel de Souza foi o precursor do que hoje se conhece como basquete moderno. Atualmente, os arremessadores de longa distância revolucionaram o jogo. Naquela década, porém, Marcel e Oscar já utilizavam esta jogada como principal recurso e foram determinantes para inspirar as gerações que se seguiram.

Em entrevista ao Portal E21, Marcel diz que, neste momento, a jogada que eles utilizavam como ferramenta, se tornou um atrativo dentro de um jogo que, muito mais do que o aspecto esportivo, se tornou um entretenimento. A técnica, logicamente, existe de forma até aprimorada, mas é muito direcionada também para os aspectos comercial e midiático.

Leia mais: “O Brasil afunda com a falta de meias criativos”

“A NBA virou um espetáculo”, afirma o ex-jogador, que, ao lado de Oscar marcou época na seleção brasileira, com o inédito título nos Jogos Pan-Americanos de 1987, diante dos Estados Unidos, em Indianápolis (EUA). Também conquistou o terceiro lugar do Mundial de 1978 (quando ele fez a cesta decisiva) e se sagrou tetracampeão sul-americano (1977-1983-1985-1989). Pelo Sírio, foi campeão mundial interclubes em 1979.

“A NBA se tornou como um telecatch antigo. É um show, eles fizeram tudo neste sentido, as regras que eles impuseram para o jogo abriram muito campo e ficou muito aquela coisa para entreter o público.”

O telecatch implementado nos anos 1970, era uma luta livre coreografada, muito mais um espetáculo de teatro e circense. Até os dias atuais é um entretenimento popular em países como Estados Unidos e México.

Marcel ficou empolgado com a atuação da seleção brasileira no Pré-Olímpico de 2024, que, com uma vitória de 94 a 69, diante da anfitriã, Letônia, obteve, no dia 7 de julho, a vaga olímpica.

Por isso, levando em conta esse seu conceito a respeito do espetáculo, ele não se incomoda com o fato de o Brasil ter neste momento apenas um jogador no basquete profissional norte-americano, Gui Santos, que atua no Golden State Warriors.

“Temos atletas jogando um basquete de primeiro nível, em vários times europeus, em um momento no qual a NBA virou um espetáculo.”

Marcel considera que o basquete na NBA se tornou um “jogo coletivo que é jogado individualmente”.

“Quem tem a bola, joga, quem não tem, assiste, espera o passe para quando pegar jogar também. O basquete no resto do mundo é o que nós estamos jogando aqui na Olimpíada. O jogo é mais coletivo, mais de defesa, mais fechado.”

Caminho para o futuro

A questão do basquete brasileiro, segundo Marcel, não é em relação ao número de jogadores que vão para a NBA. Tem muito mais a ver com a estrutura do esporte no próprio país.

“No treinamento na estrutura a gente fica na base do talento, o cara que é um talento ele chega na na NBA ou Europa”, ressalta o ex-ala brasileiro. E ele completa, ao apontar um caminho para o futuro.

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“Não existe uma política de ensino do jogo instalada aqui no Brasil em nenhum nível”, afirma Marcel. “Em muitos jogos que vi do Brasil recentemente, dizia para mim mesmo que esse não é o jogo do Brasil, o Brasil não joga assim, o Brasil está imitando, uma hora imita os norte-americano, outra hora imita a Espanha, outra hora imita Argentina, e não conseguimos colocar a nossa identidade no nosso próprio jogo.

A partir de 1994, Marcel foi técnico e deixou o basquete em 2015, quando treinou o Pinheiros, para apenas se dedicar à Medicina, profissão na qual havia se formado anos antes.

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