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Ciência e Tecnologia

Technion: tecnologia extrai água do ar em comunidade beduína no deserto

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Extração água recurso hídrico deserto
Serão beneficiadas áreas onde os recursos hídricos são escassos | Foto: Reprodução/Sustainability Labs

Consultado pelo Portal E21, especialista afirma que esse sistema pode ser útil em comunidades cujos recursos hídricos são escassos

Eugenio Goussinsky

Uma empresa israelense deu um passo importante no combate a um dos maiores desafios globais: o acesso à água potável. Este mês, a companhia lançou seu primeiro sistema de produção de água em escala completa na comunidade beduína de Wadi Attir, no Deserto de Neguev.

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O projeto tem origem em pesquisas do Instituto de Tecnologia Technion-Israel e ganhou força por meio de uma campanha de financiamento coletivo, ao arrecadar mais de 4 milhões de shekalim.

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A tecnologia traz uma abordagem distinta de tradicionais, que geralmente utilizam resfriamento direto para extrair umidade do ar. Em vez disso, o sistema emprega um processo de adsorção, o que permite extrair água até em ambientes de baixa umidade. Tem capacidade para produzir até 1 mil litros de água por dia.

Antônio Carlos Zuffo, professor titular de Hidrologia e Gestão de Recursos Hídricos da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Campinas (Unicamp), avalia que essa tecnologia pode se tornar determinante no combate à escassez de água em áreas áridas restritas.

“Este tipo de sistema é mais eficiente que os tradicionais, que utilizam resfriamento direto para condensar vapor. Em vez disso, a adsorção potencializa a coleta, permitindo aumentar o volume ‘produzido’ de água por metro cúbico de ar e ajudando agrupamentos isolados e regiões semiáridas, onde a captação de água é desafiadora”, explica Zuffo ao Portal E21.

Regiões secas

Enquanto a maioria dos sistemas de extração de água do ar precisa de cerca de 10 gramas de vapor por quilograma de ar, o sistema da empresa israelense opera com metade dessa quantidade. Isso o torna adequado para regiões como o Neguev, sudoeste dos EUA, norte do México e partes da Índia.

Zuffo lembra que, embora sistemas assim possam fornecer água potável para consumo em áreas isoladas, “em regiões urbanas, a produção ainda seria insuficiente para atender o consumo diário, que no Brasil gira em torno de 200 litros por habitante”.

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Esse método busca gerar impacto principalmente em áreas onde os recursos hídricos são escassos. A ideia nasceu dos professores Eran Friedler e David Broday, do Technion, em colaboração com o Dr. Khaled Gommed.

A tecnologia empregada é uma inovação que, segundo Zuffo, replica processos naturais de forma controlada, mas sem grande impacto nos recursos hídricos. “As tecnologias de extração de água do ar, mesmo que em microescala, apenas reproduzem a condensação e evaporação naturais.”

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