Ciência e Tecnologia
Weizmann: cooperação humana pode evoluir com o exemplo das formigas

Professor explica para o Portal E21 como a maior eficiência em tarefas colaborativas complexas pode colaborar com o aperfeiçoamento humano
Eugenio Goussinsky
No estudo do Instituto Weizmann, em Israel, liderado pelo professor Ofer Feinerman, do instituto, a cooperação entre formigas e humanos ao mover uma carga em um labirinto foi avaliada.
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O experimento revelou que as formigas, especialmente em grupos grandes, são mais eficientes que os humanos em tarefas colaborativas complexas.
As formigas da espécie Paratrechina longicornis, com sua memória coletiva e estratégias simples, superaram os humanos, que, mesmo sendo mais avançados individualmente, enfrentaram dificuldades em grupo devido ao consenso e falta de comunicação eficaz.
Ao Portal E21, o professor Feinerman respondeu sobre a validade da experiência como uma referência para a melhoria no comportamento humano, cada vez mais ensimesmado também em função das redes sociais.
“Os algoritmos das formigas podem nos ajudar a encontrar maneiras ou regras que, se acordadas por um grupo que visa trabalhar de forma eficiente, podem facilitar a cooperação.”
Ele ressalta que o estudo abre caminho para esta percepção, apesar de não ter sido o objetivo inicial dos pesquisadores.
“Não tivemos como objetivo educar as pessoas para que sejam mais como as formigas. Humanos e formigas são muito diferentes no sentido social”, ressaltou o professor.
“Grupos humanos exibem uma mistura de cooperação e competição, enquanto a biologia especial das formigas significa que quase não há competição no grupo. Nunca teremos a mesma biologia das formigas.”
No grupo, as pessoas mostraram uma tendência de desistir de suas opiniões bem pensadas e, para cooperar, promoveram opiniões que eram desfavoráveis a elas, ressaltou o Feinerman.
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“Isso fez com que o desempenho [humano] piorasse. As formigas não fazem isso – em vez de desistir de suas opiniões, elas se revezam para promovê-las.”
Maioria pode estar errada
Quando as formigas se envolvem no transporte cooperativo, elas tendem a analisar muitas opiniões e, em vez de convergir para a opinião média ou mais simples, elas verificam muitas opções, dando maior peso às opiniões minoritárias.
Aí reside, segundo o professor, outro fator que pode dar à pesquisa um caráter educacional, que ajude o ser humano a tomar decisões mais sábias, sem necessariamente aderir à maioria.
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“De fato, isso pode ajudar, pois, em muitas situações, a maioria pode estar errada. As pessoas geralmente tendem a convergir para as opiniões mais simples ou as da maioria, e, em cenários não triviais, essa pode ser uma estratégia ruim.”
Além de Feinerman, participaram os doutores Ehud Fonio, Amir Haluts, o professor Nir Gov e o professor Amos Korman, da Universidade de Haifa. O trabalho foi publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS),
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