Colunistas
Mundial de clubes: técnicos estrangeiros começam a fazer efeito no Brasil

Vitórias do Botafogo e do Flamengo e empate do Fluminense são sinais de que o futebol brasileiro está se lvrando do modelo antigo dos europeus, que eles mesmos haviam deixado para trás
Eugenio Goussinsky
As boas atuações dos times brasileiros diante dos europeus têm feito os torcedores vibrarem de emoção. Mas a emoção é ainda maior por um motivo, ainda que não admitam conscientemente: o de mostrar que o futebol brasileiro como um todo começa a renascer.
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O trabalho de técnicos estrangeiros, a vinda de jogadores de fora, as constantes observações, e por que não dizer, bajulações em relação ao futebol europeu começam a dar um resultado positivo no Brasil. O país parece fazer o caminho de volta. Exportou talento, durante anos, murchou seus conceitos táticos, se esvaziou.
Mas, agora, somos nós que buscamos aperfeiçoar nosso jogo, com a velha técnica, mas com os métodos europeus que eles, de certa maneira, nos roubaram, com a nossa permissão.
Antes, era a Europa que exagerava nos esquemas sisudos, retrancados, fechados. Os europeus, com a globalização, evoluíram em termos de talento, liberando seus volantes e os transformando em meio-campistas eficientes.
O Brasil, ao contrário, retrocedeu justamente por copiar o modelo antigo dos europeus: em vez do talento, quisemos mostrar modernidade, veja só, com a combatividade truculenta no meio-campo, com técnicos mais preocupados em não perder, mas acreditando que o caminho para isso era abrir mão da criatividade. O mundo se abria, o Brasil se fechava.
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As vindas de Jorge Jesus, Jorge Sampaoli, Arthur Jorge e Renato Paiva, entre outros, serviram para reequilibrar essa diferença. Métodos que valorizam a ocupação de espaços, a intensidade, a saída rápida para o ataque passaram a ditar o ritmo das equipes. Brasileiros como Felipe Luís e Renato Gaúcho também entenderam o novo momento.
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O resultado já pode ser visto com a versatilidade de Martinelli e de Hércules contra o Borussia. A inteligência de Igor Jesus e a colocação de Marlon Freitas e dos zagueiros contra o PSG. E o toque refinado, confiante, cheio de aproximações, do Flamengo de Gérson, Bruno Henrique e cia. O futebol brasileiro começa a ressurgir, com a organização deles, mas com nosso talento.
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