Colunistas
Clubes brasileiros do Mundial voltarão ‘voando’

Apesar do desgaste, tendência é a de que exigirão dos adversários do Brasileirão e da Libertadores um nível de jogo mais intenso
Eugenio Goussinsky
Enquanto boa parte dos clubes brasileiros descansou, treinou em casa ou fez ajustes pontuais durante a pausa de junho, outros passaram por uma experiência bem diferente. Os times que participaram do Mundial de Clubes da Fifa, disputado entre 14 de junho e 13 de julho, voltam com uma bagagem que pode transformar o cenário do futebol nacional.
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Fluminense, Flamengo, Botafogo e Palmeiras enfrentaram grandes da Europa. Jogaram contra sistemas de jogo sofisticados, sob pressão real e em estádios cheios. Foram exigidos ao limite, física e mentalmente. Voltam aquecidos. E voando. (No link abaixo, Stronger, com Kelly Clarkson)
Esse contato direto com o mais alto nível mundial eleva o patamar. A exigência enfrentada lá fora tende a virar referência aqui dentro. Técnicos, preparadores e jogadores retornam calibrados por um padrão de intensidade que o futebol brasileiro, em geral, não tem como reproduzir sozinho.
A tendência é que, dentro de alguns anos, tais competições ajudem à retomada do futebol brasileiro a um nível de competitividade pelo menos similar à dos europeus.
Enquanto isso, os clubes que ficaram por aqui fizeram o que podiam. Alguns usaram a pausa para tratar lesões. Outros trabalharam com bola e integraram reforços. Mas nenhum simulou a pressão real de um jogo decisivo contra, por exemplo, um PSG ou um Chelsea. Não há treino que imite isso.
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É provável que o impacto dessa diferença apareça logo nas primeiras rodadas depois da pausa. Os “mundialistas” voltam com o impacto assimilado nestes confrontos. A tomada de decisão é mais rápida. A execução, mais precisa. O erro, menos tolerado. Eles vêm de um ambiente onde cada vacilo custa caro e essa mentalidade pode se impor quando a bola voltar a rolar no Brasileirão e na Libertadores.
Por outro lado, há o desgaste. Quem passou por essa maratona internacional teve menos tempo de recuperação. Está mais sujeito a lesões, fadiga e queda de rendimento ao longo de agosto e setembro. E o calendário brasileiro não perdoa. (Abaixo, link de Reconvexo, cantada por Maria Bethânia).
A pergunta que se impõe é se essa vantagem competitiva, adquirida num mês de choque técnico com o topo do futebol global, será sustentável. O ganho de desempenho supera o desgaste? A intensidade vinda da Europa vai durar? Ou o fôlego vai faltar no fim?
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De um lado, clubes prontos para encarar o jogo em outro nível. De outro, elencos mais descansados, porém fora do ritmo real de competição. O campo dirá qual peso vai valer mais: o da intensidade ou o da energia.
O certo é que o Mundial deixou marcas. Mas tenho uma impressão de que, apesar do desgaste, o segundo semestre do futebol brasileiro será disputado sob uma régua mais alta.
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