Colunistas
Rogério Ceni e os donos da verdade
Rogério Ceni ainda não se firmou como um treinador brilhante. Pode ser trabalhador, competente, exigente. Mas se impregnou com algo que tem sido comum no futebol. Muitas vezes acha que sabe mais do que todos.
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Pelo menos foi isso que ele mostrou ao responder de forma agressiva para um jovem jornalista, sobre o porquê de não ter substituído antes a equipe, depois de o Bahia tomar um sufoco do Cruzeiro no primeiro tempo, no Mineirão, pelo Brasileiro.
O jogo terminou 3 a 0 para o Cruzeiro, com dois gols na etapa final.
Vários jornalistas, inclusive, muitos impregnados com a mesma dose de arrogância, aplaudiram a resposta deselegante do treinador.
A coisa mais chata que existe no futebol são os donos da verdade que embarcam em ondas, não ligam para o desrespeito, para a injustiça, para sutilezas que distorcem. Aceitam narrativas prontas. Geralmente estão do lado que consideram o mais forte.
Rogério disse mais ou menos isso: “você viu que o gol foi no final do primeiro tempo? E que e substituí no intervalo? Não imaginaria que tomaria o gol ainda no finalzinho. Por isso não tem nada a ver você dizer que demorei para substituir”. E o agrediu, acusando-o de não pensar e de já fazer perguntas previamente prontas.
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Para um treinador experiente, achar que esta resposta convence, não cola. Essa questão dos números do futebol tem servido para ocultar e formular falsas verdades. Há sutilezas, que indicam verdades escondidas, que a arrogância tem escondido.
O jovem jornalista fez pergunta pertinente. O Cruzeiro dominava. Perdeu um pênalti, em jogada que, pela estrutura das duas equipes, já deveria ter servido de alerta.
E fez um gol totalmente previsível naquela altura, justamente no momento em que o meia do Bahia deixou um espaço para o chute de Lucas Romero de fora da área.
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Se Rogério tivesse substituído antes, talvez não tomasse o gol tão “surpreendente”. É aquela desculpa: ah, se não tivéssemos tomado o gol no primeiro minuto…
Foi Rogério que não entendeu a pergunta do jovem. Deveria pensar melhor antes de falar. Não, Rogério, a culpa não é do tempo.
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